Em 5 anos, Nelore Visual dá salto genético de +200%!

9 de agosto de 2022
Melhoramento genético Nelore Visual

Introgressão genética em parceria com o Rancho da Matinha segue elevando níveis de habilidade materna e outros indicadores no criatório.

Há mais de 30 anos se dedicando ao seu trabalho de aperfeiçoamento genético, a Nelore Visual iniciou há 5 anos mais um importante capítulo em sua história: um salto genético em seu rebanho, trazendo importantes resultados nos principais indicadores e características dos animais.

De acordo com o professor e geneticista da Nelore Visual, José Aurélio Bergmann, o criatório se trata de um caso interessante em sua curva de indicadores, fazendo uma análise nas safras de 2014 ao ano de 2021. 

Observando gráficos como o da imagem abaixo, temos indicadores da Nelore Visual, sempre representados pela linha azul; e os indicadores médios de todos os animais que participam da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), sempre representados pela linha vermelha.

Ao longo do período, as safras que correspondem a 2017 até 2021 chamam a atenção no que o geneticista define como “um tremendo salto genético”. Em todos os seus indicadores, segundo Bergmann, “a partir de 2017, nas cinco últimas safras, existe um salto genético descomunal, porque a Visual teve praticamente uma substituição de rebanho. A Nelore Visual tinha uma genética tradicional de vista, e a partir de 2017 já estava usufruindo de uma série de parcerias do ponto de vista genético”.

Essa substituição do rebanho, em termos técnicos, é chamada de introgressão, ou seja, quando se introduz pesadamente uma genética de outra origem, neste caso a partir de parcerias com programas de melhoramento genético como o Rancho Matinha, elevando o rebanho Nelore Visual através de uma genética de ponta.

Os gráficos comparam os dois extremos, trazendo a velocidade com a qual a genética da Nelore Visual caminhou nesse período e, da mesma forma, como a ANCP caminhou.

Bergmann analisa o primeiro indicador, referente à habilidade materna e, num sentido de comparação, pode-se dizer que ANCP caminhou a 100 km/h ao longo de 5 anos, a partir de 2017. Já a Visual foi a 215 km/h, em termos de velocidade e evolução.

Neste caso, a diferença entre os resultados da ANCP e da Nelore Visual se diferem em +215%, e o geneticista cita outras características que merecem destaque no período: precocidade sexual, com crescimento de 239% da Visual em relação a ANCP; periodicidade reprodutiva (+246%); e acabamento de carcaça (+220%).

De modo geral, segundo Bergmann, resultados genéticos dos rebanhos ocorrem em decorrência de acasalamento e seleção genética. Já na Nelore Visual, houve uma substituição quase completa do rebanho e, em seguida, trabalhos de acasalamento e seleção a partir de 2017. “Na ANCP, por exemplo, não existe esse caso em rebanho nenhum!”, compara o geneticista, e acrescenta: “Então, saltamos em nível de uma forma assustadora, de uma geração para outra. Num modelo comum de acasalamento e seleção não teríamos isso”.

Após indicadores que só cresceram ao longo dos anos, Bergmann destaca que o trabalho continua: “A cada ano vamos acrescentando uma safra, nesse caminhar de evolução genética”.